Todo mundo merece ler Desventuras em Série

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Sou suspeitíssima para falar sobre Lemony Snicket. Já que ele é meu autor favorito. Em Desventuras em Séries, Lemony – pseudônimo de Daniel Handler – é um narrador-personagem misterioso, a gente nunca sabe onde ele está de verdade, sabemos apenas que é ele quem conta a história e que está inserido nela de uma maneira perigosa e intrigante.

A primeira frase do primeiro livro, que se chama ‘Mau Começo’, é a seguinte: “Se vocês se interessam por histórias com final feliz, é melhor ler algum outro livro.” E não é por acaso, a história dos irmãos Baudelaire já começa, logo de cara, com a morte de seus pais em um terrível incêndio.

E, por isso, eles são introduzidos ao Conde Olaf, o primeiro tutor legal dos órfãos. Que é também um vilão pérfido que bola planos terríveis para acabar com os irmãos e ficar com toda a fortuna da família.

Qualquer um que lê o até o terceiro livro acha que a trama acaba para por aí. Os órfãos passando de tutor a tutor, sendo perseguidos pelo Conde Olaf, aguentando um perrengue danado e escapando por um fio no final.

Ledo engano.

Aos poucos os personagens vão sendo ligados com eventos que transbordam mistério e fazem com que você não queira parar de ler até solucioná-los. O grande destaque do livro fica por conta da narração incrível de Lemony. O autor traz divagações engraçadíssimas, bordões que eu aderi para vida e dá o tempo todo pistas sobre o que é verdade ou não. Tem um humor irônico e afinado que deixa a leitura uma delícia.

Outro destaque é o acelerado amadurecimento que os órfãos são obrigados a passar. Eles convivem com inúmeras mortes, traições e problemas muito além da faixa etária indicada para crianças.

Uma das coisas que mais me chamou atenção foi que o autor quebra o tempo todo a visão maniqueísta do mundo. Apesar de contar com mocinhos e vilões, todos os personagens se encontram em situações inversas onde precisam ser malvados ou bonzinhos de diferentes maneiras.

A série deixa tantos enigmas em aberto e o fim do último livro, que se chama “O fim”, é tão bombástico que dá vontade de recomeçar a leitura para ir pescando as pistas que Lemony esconde. Coisa que eu estou planejando fazer este ano.

De fato, a história dos Baudelaire é triste do ‘Mau começo’ até ‘O fim’. São grandes desventuras, mas que tem muito a ensinar aos jovens e adultos. Eu indico que leiam todos os livros, de coração. Mas como eu disse e repito, sou suspeitíssima.

Harry a beijou.

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E foi ali, linha amarela sentido Butantã, entre as estações Paulista e Faria Lima. Ali, quando Harry Potter beijou Gina Wesley, quando meu coração bateu tão forte e eu não consegui conter o sorriso, eu percebi que era o que eu queria para o resto da vida. Ler e escrever. Não há nada que me deixe mais feliz. Apenas.

“E, sem pensar, sem planejar, sem se preocupar com o fato de que cinquenta pessoas estavam olhando, Harry a beijou.”